segunda-feira, 28 de junho de 2010

Ficou curioso para saber o que é Pújá?



Dentre os inúmeros aspectos possíveis de serem trabalhados em uma prática de Yôga existe um em especial.

O nome desta técnica especial é pújá.

Pújá é o que chamamos na prática de retribuição ética de energia.

Basicamente, é a atitude de agradecer antes de receber.

Por definição:

Pújá é um comportamento universal de gratidão, reverência e lealdade que manifesta-se através de pensamentos, palavras, gestos e obras. (Santos, S, A força da Gratidão (Pújá), Nobel)

Este agradecimento prévio encontra-se presente não só no Yôga, mas em outras atividades, principalmente aquelas vindas do oriente como é o caso, por exemplo, de algumas artes marciais.

No Aikido, de raízes japonesas, por exemplo, existem as reverências prévias, desta forma:

Na entrada do dojo: Ao entrar ou sair da sala ou área de prática, você para, junta os pés e faz uma reverência em direção ao local de prática.

Isso pode ser entendido como uma prece ao dojo onde você irá praticar bem e com energia, mas também, mais mundanamente falando, como uma questão de bom senso.

Ao fazer uma parada antes de entrar na área de prática o praticante atento impede que qualquer desavisado o atinja na cabeça por algum objeto afiado.

Reverência ao Shomen: no início e fim de cada aula dirigida ao ponto mais alto da sala, ou em direção a uma fotografia ou texto.

Momento em que o aluno pode refletir sobre a história de sua arte expressando gratidão ao fundador e mestres anteriores.

A reverência ao Shomem também serve para lembrar onde ele fica, assim o praticante saberá como se mover no dojo.

Reverência ao Sensei: reverência formal ao instrutor, que deve ser feita cuidadosamente e com completa atenção.

É a chance de demonstrar gratidão pela paciência e pela habilidade do Sensei.

Demonstra o desejo de aprender e o pedido para receber suas instruções.

Há ainda a reverência ao parceiro.

No caso do Yôga o Pújá é feito nesta ordem:

* Ao local da prática
* Ao instrutor
* Ao Mestre vivo mais antigo da linhagem
* Ao primeiro dos yôgins.

Habitualmente, durante a prática, o pújá é feito através de mentalizações.

O interessante é que aquele que realmente pratica o pújá, predispõe-se à aprendizagem e amplia as fronteiras de sua experiência para assimilar a essência do Yôga, ainda que nada lhe seja ensinado.

De acordo, mais uma vez, com o Mestre Sérgio Santos:

É preciso desenvolver o siddhi do aprendizado, pois a evolução interior depende muito mais do receptor do que do transmissor.

(…)

Pújá também significa identificar-se, sintonizar-se com o Mestre. Isso permite a germinação daquilo que já se encontra no aprendiz. Diz a máxima: todo discípulo leal é um Mestre em potencial. Portanto, o conhecimento é uma fonte inesgotável, diretamente proporcional à receptividade e à gratidão do discípulo.

Referência sobre Aikido: Hikari Dojo-RJ

Pújá Efetivo

Honra, reverência, homenagem a alguém que o antecedeu. Estas são algumas traduções e possibilidades de pújá. O termo báhya designa: parte externa, exterior, algo do lado de fora. O termo manasika designa algo feito ou concebido somente em nossa mente. Bháva é o sentimento que confere poder a ação que esteja fazendo, literamente designa: existir, tornar a ser, tornar verdadeiro, verdade (no sentido de existência). Pronto assim temos todos os termos que irei usar daqui para frente.

Por que fazer ação efetiva (báhya pújá)?

Antes, o báhya pújá era utilizado somente em ocasiões especiais: aniversários, comemorações, etc. Mas com o tempo, vimos que o praticante achava que só precisava mentalizar e pronto, o seu compromisso já estava concluido.

Algo como se eu rezar bastante vou passar no vestibular, mas não estudo nada, só rezo. Que efeito isso tem? Para tentar resolver isso, começamos a estimular dentro do anga pújá do sádhana ortodoxo a ação efetiva, o báhya pújá.
Manasika pújá é feito em nossa mente e deve ser revestido de bháva. Nesse sentido, báhya pújá é “feito do lado de fora” de nossa mente. Mesmo quando fazemos a variação mental, usual no segundo anga da prática ortodoxa de Swásthya, devemos aplicar o bháva. Isso é feito mentalizando como se aquela ação estivesse acontecendo realmente naquele instante. E está, mas em um plano mais sutil de existência que é o da mente e isso com o tempo irá sendo densificado até chegar no plano físico denso considerado o “real” para a maioria da população.

Então não basta QUERER,tem que arregaçar as mangas e FAZER.

Tudo começa mesmo na mente, pensando no que se quer, imaginando como será feito, concentrando,focando e então vendo a possibilidade de que aquilo se torne real e indo a luta.

Com o pújá é a mesma coisa. Um pújá efetivo pode ser um simples post em um blog ou mesmo convidar um amigo para praticar com você.

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